Odé Oya

Sensações e desejos aos poucos

São colocados à prova e você sabe

Protegido pela Deusa de olhos glaucos

Selados com rubro a única chave

Teu “EU” puro totalmente exposto

Revelado no vento de sopro suave

Cúmplices de sexo oposto

Traduz e revela a sua verdade

O oculto em olhos distorcidos nada vêem

A sabedoria revela-se aos escolhidos

Aqueles que com o coração leem

Com aspectos descritivos

Eu o vejo com outro sentido

Fui ensinada por povos antigos

Quando andastes perdido no labirinto

Foi-me desenhado, pintados e não escrito

Tateei teu semblante e teu sentido

Alma inexistente de qualquer código

O nu completo e desprovido

Engana-se! Não estava ao seu lado

E sim a voz doce que ecoou em teu ouvido

Engana-se! Eu não o observava

Fui eu teus olhos vendados

Fui o que no momento te faltava

Meus olhos e coração não estavam fechados

É inexistente um início e muito menos um fim

Talvez exista um meio sem ínterim

Nessa estreita caminhada

Sou os teus pés atordoados

O equilíbrio a cada passo dado

E quando tua solidão gritou enfim

Eu não ouvi... Eu não te vi

Novamente engana-se!

O que te foi revelado apenas senti

Não é tão simples como o poema

O sentir humano é limitado

Para entender o complexo tema

Nosso laço é compreensível

Diversas vezes foi transmutado

Talvez ainda não entenda

Por ser incomparável e não incompreensível

Talvez não compreenda porque ainda não lembra

Mesmo que nada seja plausível

Respostas misturam-se em sombra

E sim está correto! Eu quis livrar-me de ti

Esquecer-te em uma estante qualquer

Enfileirei cada frase para a história sumir

Ano após ano te negar eu aprendi

Mas em rimas não há permissão para mentir

Entre os mundos é a prova de coexistir

Poesias ao serem somadas a manuscritos

São dádivas do que permitimos sentir

Resquícios de alguns personagens da criação

Encaixe as peças fragmentadas sem omitir

Verá além de linhas, traços revelando-te o borrão

Por séculos príncipe e princesa num falso castelo

Perpetuam nos romances ditados pelo coração

O amor verdadeiro difere da tragédia de Otelo

Poemas traduzidos são como uma oração

Palavras descritas são enviadas com selo

Para perpetuarem sentimentos de inspiração

Conhece cada reticência que espero

São peças faltantes para este romance

Em poemas de Hesíodo e Homero

A chave única talvez o alcance

Para traduzi-la em palavras de esmero

Liberte o amor e dê a ele uma chance

(Janaina C. Fanderuff)

Janainna Fanderuff
Enviado por Janainna Fanderuff em 28/02/2017
Reeditado em 12/04/2021
Código do texto: T5926390
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