Uma carta de amor

Ilha da Esperança, 1 de agosto de 2007.

Meu grande amor,

Desculpe-me outra vez. De novo estou aqui te escrevendo, querendo te dizer o quanto fico feliz por saber apenas que você existe, mesmo tão longe de mim, tão longe de meu coração e do grande amor que sinto por ti.

Sei que já te cansei a mente das tantas vezes que quis te dizer isso, mas se soubesse o quão importante é para mim me dirigir a você, contando tudo que sinto, sei, também, que leria mais uma vez uma carta de amor.

Porém, dessa vez não direi apenas que te amo, como nunca imaginei amar alguém. Nem mesmo falarei sobre como não imagino minha vida sem você, que mesmo de longe me faz sentir melhor e me acalenta os sonhos com sua presença firme e constante.

Posso falar a você como se encontra feliz o Sol por dividir a oportunidade de brilhar tão forte com alguém que tem essa sua luz estonteante que aquece meu dia frio.

Digo, também, que a Lua não se sente constrangida pela sua presença, que é fio de esperança na noite triste e sombria. Ela não se importa de dividir com você a atenção dos olhares e as exclamações de prazer e satisfação com seus traços divinos.

E as estrelas? Bem, esses pontos de luz se rendem a você que é uma constelação completa e bela.

Os anjos, quando não te vêem se abatem, imaginando porque a pessoa que parece ser uma enviada deles na Terra desapareceu. Nesse momento eles percebem que não te enxergam porque eu, num ato de puro egoísmo, roubei-lhe das lembranças de todos, te quis só pra mim. Ato infantil, querer roubar o motivo da felicidade suprema é cruel, porém precisava salvar minha vida que só com tua presença eterna valeria novamente a pena.

Peço perdão aos anjos. Peço perdão ao mundo. Peço perdão a você, por tanto te amar, por tanto te querer.

Como sempre não esperando respostas...

De quem sempre te amará.