A oitava carta - comentário/pensamentos para Pensar é Ousadia?

A oitava carta - comentário/pensamentos para Pensar é Ousadia?






Prezado colega, como vai, tudo bem? Quem sabe no séc. XXIII eles acham essa missiva e publicam na web, como exemplo não sei de que. Eu continuo escrevendo idéia com acento a título de guerrilha particular contra a reforma ortográfica. Impossível ler o seu texto Pensar é Ousadia?
e enfiar um parabéns ou coisa que o valha no box do comentário. Impossível. Idéias surgiram. Fico um pouco pasmo com a pena e o papel hoje visto que ontem expressei com uma amiga em comum que minha cabeça estava um tanto avariada devido aos solavancos ininterruptos desde o domingo de Páscoa até hoje, fruto de inúmeras atitudes emergenciais para com alguns membros da família cujos organismos sofreram ligeira pane desde a citada data.

Sou sabedor de Kant tanto quanto sou neurocirurgião, contudo, graças a Wiki mais o tico e o teco posso me aventurar em patatis e patatás sem que ninguém saia ferido.

Na página do Immanuel, do lado direito, consta o apêndice Influenciado por: dentre outros nomes, David Hume. Ora, sabe quem bateu bola com Hume? Benjamin Franklin. Raciocinando um pouco eles foram contemporâneos. Três personagens que ousaram pensar.

No início do segundo parágrafo do seu texto temos: "Kant tinha a exata noção dos homens e mulheres enjaulados como permanentes alunos de seus preceptores. O cárcere do pensamento”. Que coisa, parece que a gente não sai do lugar. Me passou pela cabeça a estréia de A Sagração da Primavera, feito notável dos senhores Igor Stravinsky e Vaslav Nijinsky, Paris quase pegou fogo naquele 29 de maio de 1913. Quando foi a última vez que a arte impulsionou de modo positivo as entranhas dos encarcerados? Digo, de uma tacada só?

Não nos esqueçamos que a grande estréia cinematográfica de 2017 chama-se "Velozes & Furiosos 8”, por aí vê-se os movimentos do pensamento embrionário.

Outro dia, folheando o mundo, tomei contato com a idéia de que se o ser mergulhar num idioma desconhecido termina por reprogramar o cérebro. É a tal da hipótese Sapir-Whorf.

Ultimamente, rumino, vale quase tudo para sair um pouco fora da matrix, que anda decididamente monomaníaca, obsessiva, corruptora de corações e mentes e assim insípida. Na escala global temos o duelo esquerda x direita, islamismo x o resto do globo. No escopo nacional não passa um dia sem que a goteira goteje o mesmo som: Odebrecht, Lula, corrupção, polícia federal, etc.

Apesar de estar careca de saber, abre aspas: “O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam” (Arnold Toynbee), todo esse papo anda muito cansativo e, se não podemos esmorecer (eles contam com isso), podemos ao menos desabafar.

No oitavo parágrafo do seu texto está escrito: "Ingressar na maioridade do pensamento é necessário. A sombra antiga continua a pairar. Lamentável. Na facunda era da comunicação, como prova a computação, alçar voos o pensamento para subir alturas além do que ditam rédeas ortodoxas assentadas se faz necessário”.

Bem, ao escrever essa carta sei que não ganho ingresso para a maioridade do pensamento, o mesmo virá, um dia, tenho certeza, será como a puberdade, isso não me desgasta e tampouco me assanha os ânimos, faço parte de uma trupe que aprecia com rasa compreensão, porém, constatei nalgum momento que essa compreensão se alarga, paulatinamente. Então, pressa pra que? E mesmo se eu tivesse pressa, qual, seria um desgaste medonho, esse tipo de coisa tem velocidade própria.

Agora, o lado mais agradável de toda essa conversa é justamente a mesma. Uma boa prosa, numa tarde chuvosa, após uma semana de hospitais e apreensões mil, a mim, ao menos, é relaxante.

Pelas lentes do panorama apresentado sob a tarja de realidade pensar me sugere mais uma quimera do que propriamente uma ousadia.

Vou encerrar essa carta com um trecho de Kryon porque, cogito, o pensamento é um ângulo de uma questão muito maior e intrincada, da qual nenhum de nós faz a menor idéia, da qual fazemos parte, querendo ou não, e Kryon, assim como seu texto, usou pensamentos e palavras para nos levar a outro patamar:

É impossível que Deus os julgue. Vocês perceberam que os seres humanos criaram um Deus espiritualmente disfuncional e muito pior para vocês do que vocês seriam para seus próprios filhos? Por que vocês teriam a fonte onipotente de amor do Universo e lhe dariam a consciência humana? Deus não é um ser humano! Não há nada mais puro no Universo do que o amor de Deus. Vocês não tem nenhum conceito de como é puro. Está além de seu raciocínio, além de qualquer coisa que vocês poderiam imaginar. O poder do amor é a energia criadora da própria vida. O amor e a compaixão são os elementos puros de Deus e não há nada mais. Deus é o criador do Universo. A consciência de Deus está a anos-luz da maneira como um Humano pensa.



Fraterno abraço

Bernard
Bernard Gontier
Enviado por Bernard Gontier em 21/04/2017
Reeditado em 09/06/2020
Código do texto: T5977398
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