Aos que decidem partir

Impossível compreender sem viver o que o outro vive ou viveu.

Empatia é nobre. Mas, não basta!

Julgamos mal os companheiros que decidiram partir.

Agora é tarde! Seu amor e sua pressa não serviram de âncora.

Nos culpamos – Fomos ausentes?

Amor é liberdade!

Interrogações cortam a carne todo dia.

E a saudade vai se transformando em lembrança fantasiosa.

É preciso ver com clareza e compreensão...

É como ir embora quando a festa está animada.

Todos dançam e riem... Outros, bebem para suportar.

Mas, você quer sair. Voltar pra casa. Está cansado demais.

Nós não passamos de uma casca, um lampejo neste mundo.

Fomos “importantes” para uns. Mas, a Terra continuará girando.

Tudo vai ”bem”, os pensamentos recorrentes já não assombram – são comuns, inofensivos.

Partir também é um jeito de amar.

Seja por uma estrada que vai pra longe, ou um voo pela janela do quinto andar.

Um saco de carne que despenca no abismo do que somos: Nada!

Viva intensamente, mas, saiba a hora de botar o pé na estrada.

Aos que ficam, deixo esses versos secos e poucas lembranças.

Livin
Enviado por Livin em 04/05/2017
Reeditado em 13/06/2017
Código do texto: T5989275
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