A segunda carta que eu te escrevo

Diante da minha incapacidade de traduzir em palavras próprias o que tá passando aqui na cabeça pelo menos por agora vou me utilizar de algumas pessoas.

Usando Claudia Leitte “Tava satisfeito em te ter como amigo, mas o que será que aconteceu comigo? Aonde foi que eu errei? As vezes me pergunto se eu não entendi errado, grande amizade com estar apaixonado (...) eu faço tudo pra chamar sua atenção, de vez enquanto eu meto os pés pelas mãos, engulo a seco o ciúme, coração apaixonado é bobo, seu sorriso me derrete todo (...) porque eu só vivo pensando em você e é sem querer, você não sai da minha cabeça mais, eu só vivo acordado a sonhar, imaginar nós dois as vezes penso ser um sonho impossível”.

É o que cazuza chamaria de “O ridículo da vida”, é o que Pablo Neruda classificaria como “sem refletir, inconscientemente, irresponsavelmente, espontaneamente, involuntariamente, por instinto, por impulso, irracionalmente, de fato não tenho argumentos lógicos nem sequer improvisados para fundamentar esta paixão que sinto por ti, que surgiu misteriosamente do nada que não resolveu magicamente nada e que milagrosamente, pouco a pouco, com pouco e nada, melhorou o pior de mim”.

É algo que saiu do que Augusto dos Anjos chamaria como “Eu ouço tudo e calo e é por isso que na minha lira de amores fúteis poucas vezes falo” e foi para o que Ana Carolina declama “Eu vou sair nessas horas de confusão, gritando o seu nome entre os carros que vem e vão”.

Está dentre aquelas coisas que Maysa diria: “tem sabor de pecado, censurado e fora da lei”. Você é aquilo que Charles Bukowski escreveu em seus poemas mais sórdidos: “louco, mas é magico e não existe nenhuma mentira no seu fogo”. Nos dizeres de João Cabral de Melo neto foi você que “Comeu a minha paz e a minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão, meu silencio, minha dor de cabeça e o meu medo da morte”.

Nos escritos de Eduardo Galeano você é “Aquilo que não me deixa dormir, pois está atravessado em minhas pálpebras, se eu pudesse, diria para ir embora, mas também está atravessado em minha garganta”. É o que Junior Ferreira Classificaria como “Um amor contra indicado, mas quem é que lê a bula?”.

E diante da minha súbita falta de palavras para decifrar o que ando sentindo, minha cabeça me diz que não fui feito pra entender esse tipo de coisa e o meu coração diz que não sou capaz. Mas uma coisa quero deixar bem claro. TODO BEIJO QUE EU TE MANDO É NA BOCA!

Auricio Araújo

Auricio Araujo
Enviado por Auricio Araujo em 29/06/2017
Código do texto: T6040858
Classificação de conteúdo: seguro