Eu, Tu, Nós Ansiosos
"A felicidade mora no caminho e não no final"
Com essa frase eu gostaria de começar o enredo de hoje.
Não é que eu não concorde com ela, mas para alguns de nós existe uma pedra no caminho, ou melhor, uma barreira densa chamada ansiedade.
O início da caminhada rumo a conquista nunca é fácil para ninguém e saber aproveitar cada passo é fundamental e sábio, afinal é a valorização do momento. Mas quando você acorda mais nublado que o dia lá fora, sem saber o que fazer - porque já fez tudo que podia e nada deu certo - tudo que dá pra sentir é a mesclagem de desânimo e necessidade de fazer mais.
Por que dizemos mais "hoje não é o meu dia" do que "hoje é sim o meu dia"? Por que nunca é o suficiente? Por que as vezes somos tão fortes e noutras tão fracos? Por que demora tanto? Por que ainda não conseguimos aquilo que almejamos? Por que o tempo passa tão devagar?
Eu tenho certeza que algum dia você já se perguntou isso, porque nós - os ansiosos - nos cobramos incessantemente. Nos sentimos insuficientemente bons, medíocres. Sei que as expressões usadas são fortes, mas o que sentimos também é. Somos os nossos maiores inimigos. Podemos ser balões e âncoras para nós mesmos e no mesmo instante.
Nossas crises tiram as cores do dia, a graça das conversas e ressaltam o toque melancólico da "playtrist". Nos fazem pensar nos erros ou faltas que nos impedem de prosseguir. E para conservar o espírito positivista, me arrisco a dizer que esse é o lado bom de tudo isso.
Os efeitos colaterais em mim se baseiam em mau humor, gula, estresse, fraqueza e a única brecha de esperança entre eles é a vontade de escrever e ter a sensação de que mais gente também se sente assim.
Transmitir compreensão, que seja para uma pessoa, me revigora. Preenche os buracos na minha estima.
O meu último recado para você, amigo ansioso, é um clichê: tudo passa. E eu estou com você.