Carta sob a mira.

Está um homem, agora, com um revolver apontado para mim.

Um assassino cruel, porém, honrado, pois permitiu que eu escrevesse em uma carta, minhas ultimas palavras.

Minha irmã mais velha. Eu a amo tanto... É uma pena não poder ver teu rosto por uma última vez, pois, traçado, o meu destino já está.

Não estou com medo de morrer, estou com pena! Pena de não poder ver as crianças crescerem, pena de não poder ouvir minha música favorita pela última vez...

Minha irmã do meio, conserve-se assim, sempre adolescente. Nunca perca essa doçura que a tua loucura traz!

Meu melhor amigo, jamais iremos nos ver novamente, mas, guarde-me na memória, e sempre estaremos juntos.

A contragosto, traço meu terrível destino, ao dobrar a carta.

Lembrem-se de mim como o homem que fui, e não como o fantasma que sou agora.

A todos, meu mais profundo e sincero: até nunca mais!

PS: Ao assassino que me matará em segundos, pergunto onde se perdeu a doçura da criança que ele foi um dia.

Lu Villarrica