Se soubesses que te amo

Este ano, faz oito anos desde o primeiro dia em que eu a vi. Não me lembro a data, mas sei que foi numa manhã de verão, na biblioteca daquele colégio em que estudávamos. Você tocou delicadamente no meu ombro, perguntando-me se eu tinha algo, que não lembro mais, quando me virei para responder, deparei-me com a criatura mais bela que poderia existir. Os cabelos negros como a asa da Graúna, a pele morena cor de jambo e a voz tão doce que parecia pingar mel da tua boca. Inebriado pela beleza jamais contemplada por mim, respondi algo, você agradeceu e se virou.

Nesse dia, descobri o que é amor, amor à primeira vista, quisera eu que ele ficasse apenas na primeira vista, mais em cada vista que eu fazia de ti, te amava como na primeira vez. Nas rotas da vida nossos caminhos se bifurcaram. Adiava sempre o momento de dizer que te amo. (Talvez seja minha sina morrer sufocado com as palavras que nunca tive coragem de dizer)

E no dia que tomei coragem para dizer, era tarde demais... já não a encontrei.

Era você, agora, o resultado de uma palavra não dita, uma doce lembrança da qual jamais vou esquecer.

Se algum dia, você, caro leitor, em qualquer tempo, a encontrar, diga que eu sempre a amei. E se ela não se lembrar de mim, então (Parafraseando a mesma) tudo não passou de uma grande ‘’ilusão de achar que de tanto sonhar poderia alcançar’’.

Lu Villarrica