Velha infância

Lembro-me do tempo em que corríamos sem destino, rumo a felicidade.

Lembro-me de nossas aventuras, as mais sublimes aventuras de todas, nós vivemos.

Lembro-me do tempo em que um simples copo descartável nos pneus de nossas bicicletas, as transformavam em Harley-Davisons iradas e saíamos por aí patrulhando o nada, mas era tão bom...

Lembro-me do tempo em que uma mentira boba, sobre, aonde íamos, nos transformavam em verdadeiros Indiana Jones, desbravando lugares já conhecidos por todos.

E quanta imaginação havia em nossas cabeças...

Lembro-me de quando dormíamos juntos, mal dormíamos, conversando infindavelmente sobre tudo.

Mas não me lembro de quando brincamos pela ultima vez. E nenhum de nós sabia que seria a última.

Dedico, saudosamente, este texto, a criança que foi minha prima um dia.

Lu Villarrica