MISSIVA DO SÉCULO XVIII
Cara Senhora.
É com inenarrável prazer e respeito que venho a escrever-te, pois a Senhora é a florida, multicolorida e responsável pela continuação de minha presença em tão augusto, singelo e belo planeta.
Dizer apenas que amo a Senhora é beneficamente estigmatizar-me como alguém que adora as belas e soberbas razões de nossa existência, dentre as quais está a Senhora. Nas mais doces e belas visões de minha mente está a Senhora, dona de meus mais altos encômios e por quem nutro os mais profundos substantivos como amor e respeito, substantivos estes que nada têm de abstratos pois, pelo contrário, são efetivamente concretos de minha parte.
Quisera eu ter a inaudita possibilidade de vê-la com mais frequência, entretanto, por incongruências da vida atual, razões outras impedem-na de aproximar-se mais amiúde deste seu apaixonado. Quisera, este simples mortal, ter a possibilidade proficiente de modificar tal situação, algo, porém, que se revela como mítica e impossível, se considerarmos as condições inerentes à configuração de trabalho e responsabilidades que a Senhora possui no momento.
Isto, porém, não invalida o incomensurável amor que pela Senhora sinto e é, na verdade, um motivo maior para continuar a procurar meios que se traduzam em alteração do status quo, alteração tal que, se confirmada um dia, transmutar-se-á em inominável e indescritível alegria para este ser que a adora há anos.
Um sincero e respeitoso ósculo em sua fronte.