Turbilhões

Às vezes quero espaço para gritar. Preciso de alguma forma ser eu mesma e não me deixar abater pelas desventuras. Mas o que sou? Todas as vezes que grito, calo. Não sei se há espaço para isso aqui.

Estamos submersos. Afogando em nossas próprias rotinas chatas e banais. Não somos muito mais que um amontoado de coisas fúteis e que não preenchem. Somos mais números e pouca sorte.

Todos os dias somos um pouco menos. Somos um pouco mais do descartável e fútil. Onde estão os grandes laços? Quem ainda se preocupa com eles? Quem de nós ainda é reticências?

É provável que o meu trabalho pouco acrescente. E ainda mais certo que não saiba se está sendo feito corretamente. Eu não quero acenos e abraços. Eu quero espaço. Quero um preenchimento razoável de todo espaço bobo que me atormenta.

Será que todos somos esse todo que não diz nada? E nossa realidade preenche todas as redes com felicidades forjadas?! Quem somos nós no turbilhão? Quem somos nós todos os dias? Quem nós podemos ser?

Tatiana Marques (Tath)
Enviado por Tatiana Marques (Tath) em 08/05/2018
Código do texto: T6331144
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