Resposta a uma carta.

Minha eterna taPi,

Há tanto pra ser dito, tudo quer sair de uma vez só. Me entala na altura da garganta e sufoca. Sensação fria que da minha pele arrepio tira. Quem vai entender? Quem vai se importar?

Certa vez li não me recordo o autor, uma frase que dizia “barragens nas estradas são construídas por ex motoristas mutilados...” A verdade é que falta sensibilidade pra enxergar com o coração o sentimento do outro, seja ele qual for.

Então por quê me expor? Fantasias, ilusões, traumas, sonhos, desamores, não importa a escolha da versão. Ainda sim exposição.

Entregar mais uma vez tempo, alma e um pouco do coração pra mentes já programadas a rejeição.

Aqui dentro, o meu tudo, meu muito, tem as cores que eu pinto, o ritmo que eu preciso e a ausência do não.

Com o passar dos anos, eu fui perdendo o interesse em “fazer questão”, e todas as tempestades emocionais antes tão presentes em mim cederam lugar ao silêncio, e por vezes a minha ausência física.

Hoje eu permito que o tempo faça o seu papel, exige paciência, mas isso é indolor. Pois existem fatores que independem zelo, afeto e persuasão. E é preciso tempo para descobrir quem verdadeiramente merece o melhor da minha imperfeição.

Um dia quero ser como você me enxerga.

Pra sempre,

Gih Matos
Enviado por Gih Matos em 12/05/2018
Reeditado em 12/05/2018
Código do texto: T6334477
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