alucinação

Eu não sei se a gente vai durar muito, mas desde que chegou tem transformado os meus dias melhores à cada instante. Ela e uma das poucas a não me causar aqueles ciúmes obsenos e aquelas malditas saudades em domingo a tarde depois de algum jogo do Brasileirão. Quando ela me liga o tempo parece andar tão de vagar, como se estivessemos em algum ponto de ônibus e meu eu estivesse conectado com o dela, mas veio a chuva, as tempestades, os maus tempos e ela entrou no ônibus e partiu. Partiu para bem distante, distante demais, um lugar sem mais conexão, sem poder se quer ouvir aquela voz suave capaz de por fim a minha ansiedade, aos meus dias de melancolia, afinal ela trazia a tona o melhor de mim, e eu me abrigava nos seus áudios que tinha ficado soltos pela memória do meu aparelho celular, me refugiava em suas fotos, e nos indícios que já estavam sendo apagados aos poucos pela minha memória. Mas me restava esperar o tempo me dizer, se tudo foi apenas uma ilusão ou algo que iria durar por mais algum tempo. O seu silêncio era o que me angustiava. Maltratava-me, é fazia ter trágicas confusões dentro de mim, e meu cérebro nunca soube como agir em determinados momentos, mas desta vez ele soube, ignorei o álcool por alguns dias, até a triste emoção do nosso fim passa, e depois voltei a beber, por outros motivos, até pela plantinha que o carro tinha passado por cima era um motivo para me embriagar para que minha alucinação não levasse você até a mim.

José Angelino
Enviado por José Angelino em 15/07/2018
Código do texto: T6391012
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