Câncer

Conheço um monte de pessoas que não considero de verdade. O que quero dizer é que as pessoas de verdade são aquelas que a gente toca e sente o calor da presença, as batidas compassadas do coração, que te olha com existência. Se não sinto obviedade nessas características, significa que são de mentira?

Humildemente, peço que existam. Que acreditem nos seus inexploráveis sentimentos. Assim eu grito aos quatro ventos que existo também, porque ando cansado... Cansado de bater com a cara nas portas incertas, caindo em buracos sem fundo, perdido em labirintos sentimentais inúteis.

Ando de saco cheio de conviver com gente que não se importa. Essa gente é fútil, hipócrita e te considera descartável. Isso doí muito. Desculpa, mas não consigo mais. Preciso parar esse mundo e descer. Não preciso de uma porra de consideração que não existe e conselhos viciados.

Nada novo me aconteceu. É sempre a mesma merda enlatada que foi reciclada para ser consumida outra vez. Essa meu vazio virou um câncer e minha tristeza uma endemia. Se eu quero um sorriso, preciso compra-lo. Foda-se esse tormento, foda-se se ninguém entende. No fim acabo cuidando de um jardim.