Saudade, Mãe

Oi mãe. Como a senhora está?

Eu estou seguindo, com uma saudade absurda que insiste em me visitar.

Quando eu paro pra pensar, me lembro de tantas coisas e aí, umas pequenas gotas começam a sair dos meus olhos. Não é de propósito mãe, mas é que eu não consigo segurar.

Esses dias, eu me lembrei de uma vez que acordei de madrugada chorando porque havia sonhado que você tinha partido. No mesmo momento, você foi até o meu quarto e me abraçou. Você me prometeu que jamais me deixaria. A senhora se lembra disso mãe? Eu não consigo me esquecer. Nem por um minuto.

Eu sei que você não queria quebrar essa promessa mas não teve escolha né mãe?!

Olha mãe, eu vou te contar um segredo. Quando eu vejo mães abraçando seus filhos, daquele jeito tão tenro, eu viro a cara pra não ver demais. É que meu coração dói com a força daquelas cenas. Elas me lembram algo que foi tirado de mim.

São quase dois anos agora mãe. O tempo passou tão rápido desde que você se foi mas eu descobri uma coisa: o tempo não ajuda em nada. As vezes, eu acho que ele me machuca mais. Ele aumenta a nossa distância.

Mãe, me manda um mapa. Sabe, pra eu poder ter a sua localidade no céu. Assim eu vou olhar exatamente pra você.

Desculpa se eu não tenho realizado os nossos sonhos, eu tô tentando mas é que nem sempre eu tenho força pra continuar seguindo.

Ah mãe, eu só queria dizer pra quem poetisa a saudade que ela não é algo pra ser sentido, porque ela faz um estrago absurdo.

Mãe, nunca vou me despedir de você, porque pra mim, não existe um adeus. Eu só quero te dizer que você me faz muita falta e que eu, sigo te amando, cada vez mais.

Graziele Gonçalves
Enviado por Graziele Gonçalves em 21/08/2018
Reeditado em 21/08/2018
Código do texto: T6425992
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