Carta ao Brasil

Divinópolis 22 de agosto de 2018

Querido Brasil, não sei por onde começar, mesmo sabendo que nossa língua é cheia de palavras, gírias e abreviações. Porém são destas ações que venho falar... Estou me sentindo um homicida, por ficar em silêncio tanto tempo. Vivendo na cidade do divino, sou mais um refém do silêncio da liberdade. Silêncio que bate em nossas portas toda hora, por moradores de ruas, animais abandonados, vizinhos sempre na correria.

Iremos sempre correr contra o tempo... Parece que estamos no mesmo caminho apenas com cores diferentes, mas neste ir e vir das línguas presentes vamos esquecendo-se de quem somos. Este simples fato de se reconhecer faz... E irá fazer toda diferença.

Adianta ver um jornal pintado de vermelho? Todos os dias alguém amanhece chorando ou adormece sentindo saudades. Estamos sempre cometendo um crime diário. Que se arrasta pelo racismo, feminicídio, infanticídio, poiliticídio. Estamos ficando reféns... Reféns de nós mesmo. A cada dia que passa estamos perdendo nossos direitos, e já deixamos de cumprir alguns deveres que é tratar o outro com o respeito.

Sem me prolongar Brasil, sinto-me triste por estar com o grito preso na garganta, porém sei que este grito não pertence somente a mim. É necessário levantar caminhar e lutar por nossos direitos. As coisas irão mudar somente quando sairmos do comodismo e percebemos que as mudanças acontecem quando mudamos nossos atos.

Brasil eu ainda acredito.

De um brasileiro;

Júlio Assis

Júlio Assis
Enviado por Júlio Assis em 22/08/2018
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