Erguendo totens
Que mensagem eu deveria lhe mandar? Queria eu juntar as boas coisas e escrever bonito nessas linhas tortas. Mas que desequilíbrio eu poderia apresentar? Se fizer isso, acabo por blasfemar. Não é que o sorriso não se faça presente, porém, quando está ausente, o marco é potente. Gostaria de render-me a doutrina de estar sempre contente, entretanto, vários pecados pesam no telhado de vidro. O susto me faz dobra os joelhos nos retalhos de vidros; densa penitência.
Pobres lençóis que jamais perderão a primeira e única marca de sangue. A dor terebrante marcou o início do Carnaval, a troca fora apenas temporal, dias se converteram em semanas. Pude, ao seu fim, renascer também. A luz que saiu do túnel se chama Esperança. Espero poder aproveitar, no mínimo, os 33 anos também. E a vida que se vá, seja a minha. Não gostaria de ser eu a chover após sua partida. Eles não precisaram descer e se manifestar, no fim, és você a minha salvação. Oh, minha doce criança.
Atenciosamente, Clara-Esperança Nuvens.