A carta nunca entregue

O clima é de muito frio, o meu peito se projeta pra frente e pra trás, inspirando e expirando o ar gelado que está pairando sobre a varanda. Calmo e suave, o seu jazz preferido bem embalando as lembranças. Talvez não seja a hora de lembrar, talvez ainda seja uma ferida, que se tocada dói. Eu não tenho certeza de nada na minha vida, talvez ela seja um pouco complicada e eu ajude a complicar cada vez mais. As vezes sem querer me pego imaginando como seria se estivesse aqui, quais planos teríamos hoje(?!), o que faríamos amanhã(?!)... Na minha cabeça ainda fica uma grande luta entre a razão e a sensibilidade, ora ela grita: Para, já foi. Ora meu coração grita: Hei, ele ainda tá aqui, e nessa luta constante e vou seguindo conforme a maré. Ainda amo seus pais, ainda amo sua barba, ainda amo aquela Lula que fica na garganta por 120 dias. Ainda tem tanta coisa que ficou tão mal resolvido, mas tudo bem, talvez não seja a hora de pensar nisso.

Ainda essa semana toquei no seu nome umas vezes, e o sentimento de carinho era tão grande que eu nem percebia estar ainda falando de você. Talvez amores sejam feitos para serem eternos, outros para nos fazerem crescer e o nosso foi para me fazer enxergar que a vida é boa quando se é compartilhada, quando se tem alguém para amar. Ah, e também não ser egoísta, saber ouvir e conversar. Muitas coisas aprendi com você e sempre vou fazer questão de falar o quanto fomos felizes juntos. Sempre agradeço ao tempo por ter me presenteado você e ter aproveitado o aprendizado que tive. Enfim, a música está acabando e já não tenho tanta coisa a dizer, mas espero um dia poder dizer que o maior amor que tive, foi você.

Tayane Andrade
Enviado por Tayane Andrade em 16/09/2018
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