MINHA ALMA COMO COMPANHEIRA

Minha alma também sabe fingir

As vezes paro no tempo, sento no nada,

Busco saudades distantes por falta de uma palavra

Que ninguém quer me dizer. Passo noites em claro,

Solidão fazendo a festa, o tempo sem querer passar,

E uma palavra, apenas uma, me faria sentir a vida

Na plenitude de uma entrega cheia do prazer de viver.

Emudeço, calo minha voz e meu pensamento,

Embora com ele vá buscar momentos que desenho

Nos meus sonhos sem nunca tê-los vivido.

As vezes, para enganar minha alma, sussurro nomes

Que não sei de quem é, invento beijos que nunca dei,

Confesso um amor pleno e terno para uma imagem

Que criei nos meus momentos de plena solidão,

Finjo sorrir lembrando um amor que não existe

E minha alma, entre confusa e triste, não sabe

Se é uma lembrança ou uma história inventada,

As vezes, como se estivesse demente, me ajuda

Falando nomes que nem me lembrava mais

Ou que talvez nunca existiram e ela pra me ajudar

A não chorar, finge por nós duas e chora sozinha.

Natal, 28/04/2013

Maria Tecina

Lisboa, 05 de novembro de 2018

Maria Tecina
Enviado por Maria Tecina em 05/11/2018
Reeditado em 24/02/2019
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