O sol de dezembro

Entrei no meu dezembro como quem entra num ritual.

Deixei o sol das tardes e a lua de sagitário irradiarem meu corpo com os mais belos pensamentos positivos e prósperos, enquanto passo por mais uma etapa na vida, este é meu mês.

Dentro de mim, não sou mais a mesma, meus pensamentos mudaram e tudo que eu acreditava no passado, já não tem mais sentido pra mim, perco a paciência com facilidade, principalmente com coisas inúteis.

Frases que eu adorava dizer já não tem mais importância, aquela preocupação em ter que seguir um padrão para agradar a sociedade e parecer que estou bem, não está mais na minha lista de prioridades.

Mantenho perto somente pessoas que me fazem bem. As outras mantenho distância.

Nada é como antes, nunca mais será, estou mais exigente comigo, por outro lado, tenho levado a vida da melhor maneira possível, sendo eu mesma, sem me preocupar se estou no padrão ditado pela sociedade, me sinto na minha melhor versão, a vida foi me lapidando, um remendo aqui e outro ali, e pronto, já posso tentar de novo e de novo, sem me arrepender de cada voo que faço, hoje eu tenho mais pressa do que há 5 anos, pra mim, tudo é agora, eu vivo no agora, vivo o hoje. Amadurecer é isso, se sentir na melhor forma, na mulher dentro de mim que só quer viver na sua plena liberdade de ser quem ela quer, porque, na vida tudo é efêmero.

Me livrei dos pesos nos ombros que o mundo me obrigou a carregar

Já chutei o pau da barraca, fiz minha própria história, levantei bandeiras, fui resistência quando o mundo caminhava para o ódio, segurei nas mãos de quem chorou comigo, por medo do futuro.

As vezes sou meio bicho, meio gente, não sei controlar emoções, disfarçar essa fervura dentro de mim, ou fingir que não sinto, vivo à flor da pele, nessa intensidade sem fim.

As vezes sou louca, faço poemas pra amenizar os meus tormentos, as minhas dores, a minha solidão, e brigo com o mundo, por ser este vazio sem fim, sem laços, sem abraços, sem olhares, sem amores, sem toques.

Vivo entre a loucura e a razão, mas não me proíbo do amor e do prazer. Sei que dentro do meu coração, ainda explode a paixão.

É esse meu estado de ser que da vida ao meu caminhar, ao crepitar, ao sonho, ao fogo, ao ar, e à minha busca pela definição de quem eu sou.

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 16/12/2018
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