O som das batidas do seu coração

A campainha tocou e junto dela veio o som e o disparar do coração. Mesmo ainda não sabendo quem a tocava algo tocou o interior da casa e do seu ser.

A distância entre o portão e a casa não é nada comparado ao tempo que se gasta para atravessar a mesma.

Um silêncio interior atravessou o ser. Deixando claro que precisava andar até o local.

Passos firmes foram dados na expectativa que conseguisse atravessar o peso do tempo e o peso da distância.

A memória traia cada gesto insistindo em dizer que ali estava sua renovação de vida. A mente e a razão se debatiam fortes.

Queria cada um ser o mais explícito possível. Conseguindo apenas mais confusão e atraso nos passos.

A discussão gerou um tempo dentro de si. Trazendo a tona mais memória, mas lágrimas e uma doce dor misturada a lembranças boas e amargos adeus.

Num salto ele grita a si mesmo. Espere!!!

E sai correndo até onde o som continuava a tocar insistentemente. O coração já quase em frangalhos de tanto pulsar fora do ritmo normal. A respiração ofegante denunciava a ansiedade brutal. Mas o ar de esperança era maior que todos os sintomas internos de dor.

Abre-se o local e para surpresa não era o esperado. Mesmo que o barulhinho do carro fosse denúncia, os passos fossem fofocas. Era apenas um bilhete, dizendo que partirá definitivamente para uma nova estrada, que levaria a uma nova vida e que ele não cabia em seu transporte.

Já havia passageiros demais a bordo. Deveria apenas desarrumar as malas da esperança e vestir-se de realidade. Pois o que restava era apenas a memória que um dia te coube naquele coração.

Até a próxima...