Bambu

Por que estar aqui?

Por que eu tenho que achar um sentido?

Por que só consigo pensar que vou viver sendo feliz? É melhor, eu presumo, do que empurrar tudo nas coxas, de acara fechada e sem vontade.

Eu faria uma lista para agradecer, eu deveria fazer isso todos os dias. Mas a real é que não suporto essa ideia de vida lenta.

Ir para o rancho foi uma fenda no tempo, e achei que seria diferente ao retornar. Acabei magoando alguém que prezo, não concretizando objetivos pessoais, não aproveitando lá, mas isso nem foi de não estar presente, foi outra carga. A mesma que me incomoda do outro lado.

O Naoki me falou algo interessante, estou montando um quebra-cabeças sem saber a imagem final ou um lego onde amontoo peças coloridas aleatórias formando um nada ou montanha de peças, será que estou sendo pessimista?

Será que eu poderia criar algo todos os dias se baseando em mim? Um desenho, um poema, um jogo, um texto, um brinquedo, uma manobra de malabares, uma sequência bothmer, um plano de aula, uma música, uma viagem baseada nos meus sentimentos, um vídeo. Nada mal, Eu gostei dessa ideia.

Entre esses momentos gostaria de aprender mais, desempoeirar meus livros, assistir Merli e ir trabalhar, porque como pagar aquele açaí do casca ou aquela viagem baseada do dia ou aquele filme sozinho no cinema ou ir fazer malabares no museu?

Eu estaria empurrando com as coxas, porém de forma construtiva. Empurrando essa vida com as coxas. Por que estou aqui?

Fazer um cronograma de coisas todos os dias, ter um lugar especial para guardar e guardar para que possa ver em alguém lugar quando me ver nessa situação de novo.