Sob a mesma lua

Um ano.

Um ano sem a sua presença discreta e silenciosa, agora literalmente você é uma presença discreta e silenciosa, para o mundo lá fora, porque para mim, dentro de mim, tudo que me lembra você é colorido e barulhento, e que mesmo acompanhadas de saudade, suas lembranças me aquecem o coração.

Acho que todos esses dias depois da sua partida eu só pensei num modo de me despedir direito, de alguma forma era preciso dizer o adeus que fisicamente "não pude dar".

Primeiro quero que saiba que você foi a pessoa mais incrível que conheci, foi um aprendizado e tanto ser sua irmã, talvez a mãe que me tornei seja uma continuação da irmã que você me fez ser.

Obrigada por todos os dias que pude conviver com você, rir das mesmas piadas, ouvir as mesmas músicas, aprender as mesmas coisas, ler os mesmos livros, ver a mesma lua. Viver a mesma vida.

Talvez eu nunca seja grata o suficiente à grande pessoa que você foi no pouco tempo que teve.

Quero que você saiba que alguns ciclos se finalizaram, algumas decisões foram tomadas em definitivo, e o único motivo pelo qual eu choro hoje, é de saudade sua.

E me perdoe. Me perdoe por ter te deixado, por não ter acompanhando seu processo de mudança, não ter entendido o que se passava dentro de você. Me perdoe por ter sido egoísta ao ponto de fazer as escolhas erradas, mais de uma vez. Me perdoe por ter acreditado no seu "eu tô bem", enquanto seu mundo ruía.

Eu voltaria atrás se pudesse. Com certeza.

Eu escolheria você acima de qualquer pessoa.

Eu sinto muito sua falta.

Todos nós sentimos.

Nós te amamos.

Pra sempre!

( 21 de maio de 2019)