SÉRIE CARTAS DE VERÃO

carta 1

Eu limitei-me a contentar com aquilo que tinha, a sua atenção, o seu carinho, a forma de me olhar por igual sem olhar-me como incapaz, o modo em que via a vida...

Eu amei e a todo tempo fui inteira. Amei sem poder tocar. E de certa forma amei já sabendo disso. Mas ao menor gesto sempre tive você do meu lado.

Às vezes tenho a impressão que o seu olhar quer me dizer algo. Eu reluto pelo que sinto. Mas não tem como deixar de gostar e sentir. Este amor vai muito além do querer e quando penso que se sentenciou ao silêncio brota em mim como uma flor que floresce em quase todas as estações. Até parece amor de outras vidas.

Quem nunca sentiu um amor assim sem ter asas para o seu voo? Para não fugir como uma covarde eu abri o meu coração sem medo. Tudo para sentir as sensações que isso me dá. Porque uma coisa o ser humano pode ter certeza, o amor nos dá vida. E ele precisa de toda liberdade, tal como o sol precisa de uma janela aberta para adentrar. Aí seu ponto de luz ilumina a escuridão. Entre luzes e sombras faz-se a vida.

Longo caminho entre aprender sentir e viver.

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Clarisse da Costa
Enviado por Clarisse da Costa em 18/06/2019
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