Ao meu Anjo da Guarda

Meu amigo, meu eu, meu querido:

Nestas soltas letras que da minha mão de pobre sofredora esboaçam feito ave ferida, quero demonstrar-te que nunca me esqueço que ontem estiveste, hoje estás e amanhã estarás comigo. Muito embora meu Ser divague pelas estranhas teias de um mundo que pensava não ser o meu, fizeste com que eu me encontrasse comigo mesma, lutando com seres nunca dantes imaginados; sonhando sonhos nunca dantes sonhados; tendo pensamentos, que por momentos, não os vejo ilustrados!

Peguei na tela branca que era a minha vida; deixei a inspiração entranhar o meu pincel outrora acinzentado; gastei inumeras tintas, umas mais, outras menos mescladas; enfim... deleitei-me a colorir a minha vida com uma nova transparência e com muito, muito menor opacidade.

Libertei-me da liberdade de ser livre apenas por o ser e aprendi o novo rumo para saber bem viver!

Meu coração esse, agradece o facto de só agora te teres revelado de forma tão intensa, quiçá o fizeste antes, mas minha visão perturbada, enevuada não queria enxergar a abrangência do teu poder. Por isso, hoje de olhos bem abertos estou aqui para reconhecer que estás sempre por perto, que também abram bem os olhos aqueles que teimam em não te ver.

Agora, meu humilde mas feliz Ser se despede de ti, meu amo e senhor, com todo o carinho num abraço cheio do mais puro amor!

artescrita
Enviado por artescrita em 03/11/2005
Código do texto: T66930