Carta ao Amor
Como a ti,
sou atemporal e nômade
Não tenho tempo cronológico, mas também tenho nome
Sou abstrato e subjetivo
De atitudes irracionais por vezes
Mas de intenções reais em meio a tantos ais
Eu te procuro, Amor, e o encontro e perco numa antítese paradoxal
Vezes maduro, vezes inseguro
Vezes promíscuo, vezes ideal
E eu vejo suas faces,
A que expressa dor e a que o torna essencial
Deixe eu me apresentar, e me desnudar nesse ensejo
Eu me chamo Desejo
Não tenho amarras e nem sempre calculo riscos
Sou intenso e sempre te persigo
Em instantes sem temor
Sem medo e sem pudor
E assim que te acho
Enfim me encaixo
Nos teus labirintos e espaços,
De leveza e pavor
E escravo me fazes, pois
Me prendes e salva - me,
Vossa Majestade, Amor