Aos políticos

Caros políticos:

Tenho observado o funcionamento da nossa democracia e ando estarrecido com o que vocês fazem na nossa cara. Tem hora que chego a duvidar da sanidade geral, não sem me perguntar por onde anda a nossa lucidez.

Eu me lembro de como agem quando o votismo se avizinha: encontram-nos na rua e perguntam por nossos interesses, dão tapinhas em nossas costas e sorriem tão fácil, que até parecem moças de família. A gente chega a pensar: pô!... é pra casar!!!

Porém, logo depois que votamos, vocês tratam de quebrar toda promessa de representação (já notaram?) E o fazem na maior cara de pau!!! Aí vocês se apossam de seus cargos e não medem esforços para nos enxovalhar de desmandas, falcatruas, pilhérias e pouca vergonha.

Vejo-os quais semideuses, além dos costumes, espezinhando a ética e maltratando o direito. Mas isso, caros políticos, não me cansa, nem me envergonha. Eu sei que vocês não me representam porque representam-se a si mesmos, na cumplicecracia que nos desonra.

Na verdade, eu ando mesmo indignado, querendo que meus concidadãos acordem e façam justiça com os próprios votos. Votar em vocês é perpetuar o mal-cheiro do lugar onde se encontram e isso, tenham certeza, não é do nosso agrado.

Sabem de uma coisa? O meu voto vocês não mais terão. Podem contar que aqui há um cidadão indiferente e que morreu para vocês, como vocês morreram em minha consideração. De agora em diante vou querê-los cinza em minha memória, cadáveres fétidos no meu porão.

Caros políticos, chega de desfaçatez. O que não fazem, faço eu: nulos pra mim, terão a minha nulidade política. Nem me lixo pra vocês.

O que não faço é esquecer meu povo, esse a quem peço votem diferente, faça-se ter respeito, vergonha, voz e vez.