Carta ao louco
"Eu disse pra ele muitas coisas, coisas que ele gostaria e que precisava ouvir, coisas que a gente só de dispõe a dizer pra quem a gente gosta. Mas no fundo eu queria dizer algo pra ele...
Falar sobre os meus sentimentos, sobre o que eu sinto por ele, e que eu não podia atirar tudo assim de vez na cara dele, porque eu tinha certeza que ele iria fugir...
Eu não disse tudo o que eu sentia, na verdade, eu não disse nada sobre mim, só sobre ele, sobre o que eu conhecia dele, e fiz isso na tentativa de amançá-lo, de fazê-lo ver que eu é que servia para ele, de provocar nele alguma emoção além desse tempo gélido que pairou sobre ele...
Eu precisei enganá-lo, dizer que amava outro, fazê-lo pensar que estava livre de mim, porque se eu dissesse que o amava, ele certamente me abandonaria...
E no fim não seriam tudo flores e sim lágrimas derramadas e um abandono sem perdão...
Dizer tais palavras não resolveram todos os problemas, talvez não tenha resolvido mesmo nenhum, mas fez eu me sentir livre e ir dormir sem derramar nenhuma lágrima, porque sei que ele precisa de mim, e sei que ele também me ama..."
11 de Abril.