Um parte de mim...

Uma parte de mim...

Esta quinta-feira ver-te escreveu-te em mim. Um pouco mais da tua alma foi-me oferecido no teu

olhar, no toque das nossas mãos esteve um beijo doce que prometemos...

Ver-te foi a certeza de tudo o que me disseste nas cartas. As tuas palavras escritas estiveram

sempre por detrás do teu olhar focado em mim, na tua espontaneidade de gesto e de sorriso, na maneira como aceitaste o simples carinho da minha mão.

És sem dúvida especial, e eu sim, agradeço-te o facto de existires. É rarissímo me cruzar com alguém tão inspirador como tu, que se torna tentador relegar a existência de seres assim para o patamar do mito, e lidar com eles como ninfas e faunos dos amores assim escritos antigamente e apenas verdadeiros no teu coração.

Feliz de mim que alguns previligiados encarnaram em corpo de homem e mulher e se tornaram meus amigos. Mas tu, David, enches-me a alma com um longo, longamente desejado prelúdio de esperança. És a minha flor-de-lis que traz até mim a invisível vibração dos sentidos quando ligo o computador e “te leio”.

Céus!! Relembro-me da Sandra,33 anos e confiante nas suas qualidades,nervosa como uma adolescente no seu primeiro encontro! Repeti para mim mesma, quando estava no meio do trânsito, a caminho de ti: “Vou ver o David. O David do qual conheço um rosto e a figura,mal focados apenas de um mail imprimido, algures perdida entre a noite fria e chuvosa, sabendo que todas as fibras do meu corpo e do meu ser, estremeceriam quando te visse na entrada daquele jardim, duviando de tudo o que sei, que sou e que tenho.

Procurava-te por entre a gente que ali estava. Não te via. Pouco depois eis-te diante de mim. Todo vestido de preto, tal como eu. Se soubesses como ansiei e construí tantas variações em mim sobre este momento?! Este jamais pôde ser tudo o que quis dele, porque imaginei deste encontro muitos encontros e a realidade só nos deu um. Mas... foi um dos que sonhei e amei quando abriste o chapéu de chuva e colocaste o teu braço em volta de mim. Quando entraste no meu carro e vi o teu rosto insuflado de vida e o teu riso maravilhoso.

Tentei captar do teu rosto enigmático, uma qualquer confidência expressiva, um simples gesto distraído que me ajudasse a por termo á ansiedade das minhas suspeitas ou em definitivo selasse o desejo de te beijar. Mas em vão. Tu insististe no olhar. A tua fome em me contemplares, era tanto quanto a minha. Acredita tinha mais medo de mim do que de ti, entendes?

Nós subimos a corda do tempo e da vida com palavras e expressões que são só nossas. E se até o amor dos Deuses foi pagão, de ti quero núpcias secretas.

“Os corpos deitados na areia, iluminados pelo luar que mora entre as estrelas e o fogo do mar”.

Quero-te amar nos sítios possíveis, em público e em privado: num museu, sob o olhar das figuras sacras, nos campos sucessivos e vastamente luminosos, com suas restevas de trigo, onde as árvores de tronco ermo que ao alto erguem os galhos suplicantes, nos esconderijos onde as sombras que as pedras têm ao sol ao luar, a coberto de cercas e de casas.

Quero-me sentir lançada no vento e na água que paira suspensa das núvens, quero ter sempre a memória do que fomos, do que somos e do que seremos juntos e em separado.

Quando cheguei a casa, estava extasiada. Apetecia-me dar um grito de alegria e garantir-me de que não tinha sido uma miragem, nem alucinação. Sem sono, nem fadiga, esboçada por uma tensão mágica e em parte frenética, orgulhosa por te ter sentido tão em mim e, sem abrir mão desse instante da minha vida, sabia que também eu estaria no teu pensamento durante a tua viagem de volta.

Eras tu que temperavas o resto da minha noite, noite que eu pensava poder usufruir mais tempo contigo. Deitei-me com a arte do sonho, com uma virtude que dava pelo nome de imaginação anunciada pela tua voz que explica toda a minha existência.

Acordar agora, faz sentido...porque sei que existes .És meu!

Muito bom “ler-te”, muito mesmo! És possuidor de uma dimensão espiritual e extremamente vasta e criativa e sabes como colocá-la em prática.

“O que quero de ti?!”- Espero ter a felicidade e a certeza de ser amada da forma mais plena e verdadeira que um ser como tu pode amar, aceitando-me tal como sou. Espero que olhes para mim, que me sorrias, que partilhes os teus medos, as tuas alegrias, as tuas tristezas, os teus pensamentos... Espero que a minha presença esteja sempre em ti, não como uma dádiva, mas sim como uma realização. Não como mulher, mas sim como amiga.

“O que procuro em ti?!”- Procuro o esplendor do ser que tu és, procuro tudo aquilo que me possas provocar e ensinar no mais profundo dos teus conhecimentos. Procuro um sentimento belo, afectivo e espontãneo que permaneça eterno...

“Sou mesmo aquilo que tu queres?!”- Quero-te sentir mais vezes a meu lado. Podermos passar dias brilhantes como estrelas geladas, uns luminescentes com um magia opalina, uns frescos como seixos num rio, uns ardendo com fogo próprio. Quero-me lembrar de datas, como o primeiro dia em que te vi. Quero-te recordar coma memória d euma lagoa ondulante nas montanhas altas do infinito. Lembrar-me do teu abraço forte...do teu beijo... Quero que sejas o som de Vivaldi ecoando através dos anos da minha vida. Quero que sejas o amigo cujos concelhos eu sempre respeitarei. Quero que sejas tu! Mas não caias na tentação de pensar que podemos envelhecer juntos...”Longe de mim tal ideia...” Sei muito bem o que quero. Eu quero simplesmente viver-te, com alma e com sentimento e aceitar e assimilar, tudo o que no presente me possas oferecer, do melhor que existe em ti. Se tu me fostes posto no meu caminho, “Maktub”!! Tento apenas humanizar através do amor que tenho para dar, a idade premonitória da velhice e da morte, aproveitando muito bem o que o presente me oferece; suprir o Outono da vida com a dádiva do tempo e da paixão; fazer parecer eterno o que é efémero, sobretudo erguer em torno daqueles que amo, a ideia da mulher que sou e sempre fui, incluindo o facto de ter tido o enorme privilégio de ter conhecido um homem como tu.

Também eu David consigo amar mais do que uma pessoa. Não me apego, mas sim dedico-me. Envolvo-me. Entrego-me, mas não crio ilusões a ninguém, muito menos a mim própria. Tu vives no teu mundo. Eu vivo no meu. Pode haver simbiose entre ambos, mas não deixam de ser mundos distintos, talvez por isso o fascínio seja tão intenso e mútuo, sublimam-se! Que entrelaçem os nossos corações, numa “coita” amorosa que não esmorecerá nunca perante nenhuma contrariedade do destino. Merecemos-nos!!

Eu nutro sentimentos muito únicos por ti! Vejo-te como uma visão poética do mundo á minha semelhança, sem perderes o magnetismo essencial que te permite desembaraçar na rotina quotidiana. A tua magia e a tua beleza fazem-se de um equilíbrio muito especial entre o que vês e o que sentes. És para mim muito desejado e querido...a sedução implicará sempre um sedutor e um seduzido. Duas pessoas inteligentes e acima de tudo especiais, que sentem como nós, sabem trocar de papel mantendo a competência em ambos.” Ler-nos-emos” e desvendar-nos-emos sempre menos que a proporção do nosso desejo como Homem e Mulher. Mas que melhor desculpa para a avidez com que trocamos momentos do que somos? A fonte é inesgotável... e espero que assim seja eternamente.

Tu e eu tornámos-nos sempre mais diáriamente que a capacidade que nos foi dada para transformar a mais leve percentagem deste tocar de palavras. A procura da forma para te oferecer parcelas de mim, leva-me a descobrir quem sou e ao cume do meu espiríto, que me presenteou contigo e com tantas emoções.

Falar-te em letras em tempo real, para logo depois te desejar ouvir...te presenciar... Escrevo-te para me encontrar,mas só te encontro a ti. Dentro de mim. Pensamento e memórias, no eco que me perdura da tua voz. Tive demasiado de ti, sem te ter, tenho a minha alma plena de um quase-tu, que me perturba, por aqui o quase ser ambiguamente quase tudo e quase nada...

Os meus sentimentos correm selvagens e eu corro atrás deles, o meu fôlego a esvair-se em paroxismos desta existência que me consome! Que impotência despresível! Onde estás? Onde vais? Mago da minha vida! Preciso do teu abraço, de sentir o teu calor, em carícias e enlaço, como só tu abargas em mim, em teu regaço sonho e me tranformo...sou deusa, criança,esfinge,

Mulher... renasço no teu abraço, sem pinturas, sem disfarces, repouso frágil por um momento teu.

“ O amor rejubila como um raio de sol, cativa como uma história, inspira como um líder forte, prende como uma corrente dourada, guia como uma visão divina!

A minha frieza aumenta o meu desejo. Fecho os meus olhos para te esquecer, mas quanto mais procuro não te ver, mais fecho os olhos, mais te sinto...procuro-te...

Encontro-me despida nos meus lençóis e acaricio o meu corpo suavemente. A tua imagem assalta-me o pensamento e procuro em ti a delícia de um corpo com alma.

Perco-me no teu beijo. Nos teus demorados e envolventes beijos de paixão que as nossas bocas trocam a tremer e fazem ter a mais doce e rara sensação que duas almas podem conceber. A tua língua húmida explora cada milímetro, sinto-a dentro de mim. Perdemos-nos com sedução e ternura. Abandono-me em ti, o tempo pára. As tuas mãos acariciam-me como se eu fosse uma folha de papiro que se pode desmanchar a qualquer momento. O meu corpo estremece quando me penetras... O que importa, nada mais existe, apenas este desejo que me provocas. Descubro a magia de fazer amor contigo e de render o meu corpo, ao toque da tua pele, suada e quente. E já exausto e feliz encostas o teu rosto ao meu peito arfante e dizes baixinho:”Amo-te!””

Tu iluminas o meu mundo com as tuas palavras e a tua essência. Tu transmites a todos os meus dias a quente promessa da Primavera, e por tua causa sou eternamente jovem. Assim, meu querido, por ontem, por hoje, e por todos os amanhãs, o meu amor, a minha amizade e o meu mais profundo obrigado! Quero-te!!!

Um beijo recheado com todo o meu carinho,

Tua...Sempre!

Sandra

Diva
Enviado por Diva em 09/11/2005
Código do texto: T69186