Ao meu novo amor perdido.

Talvez já tenha percebido um considerável tanto de minha personalidade auto-destrutiva. A introspecção faz eu reparar em diversos outros tipos de linguagem, não somente a falada.

Na verdade, a fala é a modalidade que menos escuto.

Dessa forma, os sinais, implícitos ou não, que manifesta através de atos/fatos são suficientes para a busca da verdade, ainda que unilateral e, consequentemente, falha.

Essa posição, apesar de pretenciosa, fez-me perceber duros fatos a nosso respeito.

Sinto que não mais te faço bem.

Talvez esteja se sentindo sufocada com meu amor, meu bem querer, meu desejo. Sinto que não me deseja mais com a intensidade que ainda teimo em ter pelo teu corpo. Sinto-me morto, desmoronando de tanta inutilidade.

Amar, pra mim, é dar sem exigir. Só sei amar assim.

No entanto, estou implodindo por isso.

Tenho um amor sufocado.

E tenho extremo asco ao imaginar que esteja causando eu algum tipo de sentimento de culpa. Odeio, realmente, a simples possibilidade de que esteja a sentir pena de mim.

A maioria dos questionamentos que tinha pra enunciar já foi respondida de outra forma e por isso poupar-nos-ei de possível rispidez que um contacto discursivo real possa causar.

Não sou medroso. Mais uma vez, estou pensando em provocar o mínimo de desconforto.

Então, facilitando o desfecho, jogo a toalha e transformo a única indagação que restou em simples período:

O fim de semana acabou.

renato barros
Enviado por renato barros em 15/10/2007
Reeditado em 05/12/2008
Código do texto: T694491
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.