Desabafo

Sou muito infeliz em alguns pontos, e outros não, mas a junção de todos os pontos que formam quem sou, e não os fatos isolados que determinam minha felicidade ou não. Demorei muito tempo para compreender que o amor, não é a fantasia que criei desde a adolescência, ainda mais que minha infância e adolescência foram bem complicadas e traumáticas, carrego até hoje sentimentos e pensamentos que machucam, e ainda não aprendi a deixá-los no passado. Dói e muito remexer em coisas que vivi, e as vezes em momentos conturbados como hoje, a lagrima insiste em cair.

Sempre sonhei em ter uma família, pois nunca reconheci na minha esse titulo, e talvez por esse fato eu tenha me perdido em muitos abraços, na busca de um sentimento nunca encontrado, de um vazio que por mais que eu tentasse nunca preenchia, pelo contrario só esvaziava. O pior é hoje entender que a culpa de nunca preencher seja minha, por buscar onde não encontraria, e não conseguir controlar meus sentimentos, afinal, somos responsáveis por nossos atos, as consequência, são reflexos de nossas escolhas e culpar o próximo pelo que temos ou não temos não resolve nada.

Hoje não sei explicar o porque, mas me encontro agoniada, com o coração apertado e um frio na barriga, mas não é aquele frio de sensação boa, um frio de medo e insatisfações… Hoje me encontro com a cabeça borbulhando de pensamentos confusos, sentimentos aleatórios e uma vontade imensa de sair correndo, só não sei pra onde…

Em uma conversa com uma pessoa amiga, pensei nas coisas ditas, pensei o quanto algumas coisas não são legais para minha vida, e também pensei em quantas outras que são. Mas essa inconstância que me encontro, duvido as vezes do que me faz bem, e procuro apenas o que me falta, e agora, o que é realmente real? O que realmente importa para eu me sentir uma pessoa feliz? Afinal é sabido que felicidade nessa planeta é momentânea, pois não sabemos ainda o que é o amor de verdade, somos seres tão egoístas que nos levamos para o buraco, achando que estamos encontrando o “céu”. O amor que me falta, talvez seja o meu amor, aquele que compadece, mas ressuscita na esperança, e consegue acreditar na mudança. Busco na palavra “Eu te amo” que não escuto do outro, o meu “eu te amo” interno, que só posso dizer para mim, com os atos que tomar para ser um ser melhor, e deixar para atrás tudo que me faz mal, libertando-me das amarras psíquicas que me encontro, achando que só vivendo o que chamo de amor, que preencherei meu ser ainda vazio, de um amor reconfortador e não triturador.

***Eloisa Sartori***

24/06/2020