a vida é um sopro.

A anos atrás eu tinha o hábito de transformar todo meu sentimento em palavras ou notas, eu via o mundo com mais pureza e clareza, tinha sonhos, planos, metas, a cada dia respirava algo novo, imaginando um futuro que me levasse a entender toda a trajetória da minha vida.

Eu conseguia me recuperar com rapidez e certa frequência das quedas que me ocorriam por diversos fatores e lados. Mas os anos se passaram e perdi a consciência do que era o sentimento puro.

Eu não sei o que deixei no caminho, não sei mais o que morreu aqui dentro, não consigo entender se o mundo mudou tanto ou se eu paralisei no tempo que corre desesperadamente atrás de todo e qualquer tipo de alívio imediato.

A verdade é que se eu pudesse voltar para o ano em que tudo começou a mudar, eu poderia entender o que ocasionou a queda constante que eu vivo ano após ano, essa dureza que me impede de ver algo novo.

Mas continuo seguindo, na esperança de que algo ou alguém chegue e simplesmente me faça entender tudo que passei nesses anos, que acalme essa guerra interior, que venha com voz branda e encaixe de forma simples as coisas, cada uma de volta ao seu lugar de origem, que meu coração encontre o caminho de casa. Porque a vida é um sopro, mas a minha alma não.