* Depois da recente notícia nas mais importantes mídias do país, sobre uma chuva de meteoritos que atingiu o sertão pernambucano, resolvi publicar carta que escrevi há mais de quinze anos, sobre fato relativo à matéria veiculada:
 
 
LUZ SOBRE O RECIFE
 
 
Carta aos amigos.
 
O fato por mim presenciado antes de ontem, ocorrido naquela mesma data, repercutiu de várias maneiras no meio dos que ouviram ou leram a narrativa. As respostas e reações foram as mais diversas, dentre as quais, algumas incrédulas.
 
Agora não vou fazer julgamentos como os de todos os dias; hoje, quero apenas dar uma declaração, uma vez que, verifico intimamente estar mais impressionado com a descrença posta por alguns sobre a história do que com o próprio espetáculo visto no céu recifense.
 
Deixem-me afirmar, de saída, que não ouvi mais ninguém falar sobre o assunto, além de mim, o que pode trazer algum conforto para os que só acreditam nas coisas ditas no BBB, por Ratinho ou em alguma Minissérie da TV.
 
O assentamento foi assim registrado: 
 
Hoje vi impressionado algo que não imaginei que poderia assistir fora das telas da TV ou do cinema; exatamente as 13h45 do dia 18 de março de 2005, observei no céu claro e sem nuvens do quadrante Sul da cidade do Recife, caindo na vertical em grande velocidade oriundo do espaço sideral, formando uma órbita perpendicular à linha do horizonte, alguma coisa de volumoso tamanho que explodiu formando uma enorme bola de fogo, de cor bem dessemelhante das que eu já vi antes, um vermelho e amarelo com a aparente consistência do chumbo derretido. Logo após o estouro, nada mais restou para ser observado a não ser o alongado rastro de fumaça que delongou em torno de dois minutos para se dissipar completamente. Somente posso crer ter sido um meteoro, de grandes proporções, que ao penetrar em alta velocidade a atmosfera gerou o fenômeno luminoso visível, com uma luminosidade mais brilhante que qualquer astro por mim já visto e, por isso mesmo, entendo justificável o registro. (Marcelo Russell WanderleyRecife, Pernambuco, Brasil - Latitude: 08º03',4S Longitude: 034º52',0W Fuso: +03.0. Ano: 2005).
 
Sei que no local em que eu estava havia algumas pessoas, dentro e fora de automóveis, a esperar a luz verde do semáforo. Todos olhavam para o céu. Em direção Sul. Desse modo não havia como alguém não desviar a atenção do sinal para aquela luz ─ um clarão extraordinário ─ que descia silenciosamente do céu a muitos quilômetros de distância e em incrível velocidade no horizonte lá ao longe por detrás do semáforo.
 
Considerando-se a perspectiva, poder-se-ia dizer francamente que: “o objeto por fim explodiu em cima da sinaleira”. Olhei ao meu redor e percebi que todos estavam estupefatos. Pelo menos umas dez pessoas estavam por ali. Aguardei um pouco, já com o sinal verde – sem ninguém buzinando atrás – mas não ocorreu mais nada. Olhei o relógio: eram 13h 45. Segui meu caminho ainda meio imobilizado em decorrência do sentimento de perplexidade.
 
Não vou em busca, pois disso não preciso, do testemunho de ninguém.
 
Sim, não só aqui no Recife mais ao redor de muitos quilômetros creio que se podem colher inúmeros testemunhos. Mas faço questão de não afirmar nada por ouvir dizer. Dou apenas a minha declaração. O meu registro para posteridade. Não tenho alucinações, estava serenamente dirigindo-me ao trabalho, sem estresse, sem nervosismo, sossegado e feliz.
 
Outrossim, minha apoucada imaginação não me permite criar fantasias tão realísticas.
 
Mas que coisa seria aquela que veio lá céu? Não sou supersticioso nem acredito em coisas sobrenaturais, por isso, como já afirmei, creio ter sido um meteoro. Penso que, para definir melhor deve-se ter em mente a considerações científicas sobre tais fenômenos, onde se observa que: Meteoro é o fenômeno luminoso decorrente do atrito de um corpo sólido, oriundo do espaço sideral, com os gases da atmosfera terrestre. Os corpos sólidos que se movem no espaço exterior, de tamanho inferior ao de um asteróide, chamam-se meteoróides. Quando penetram na atmosfera, os meteoróides dão origem aos meteoros que, ao atingirem a superfície da Terra, recebem o nome de meteoritos. Os meteoróides penetram na atmosfera a velocidades entre 15 e 70 quilômetros por segundo. Numa noite escura e sem nuvens, podem ser vistos até dez meteoros por hora, número que em certas épocas eleva-se a cinquenta. Esse fenômeno, chamado chuva de meteoros, ocorre quando a Terra passa através de um grupo de meteoróides, possivelmente remanescentes de um cometa que se fragmentou.
 
Por último e para dar ênfase, digo-lhes que não escrevi uma letra que não corresponda especificamente a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade, como se meu testemunho estivesse sendo dado em juízo, sob juramento, ou mais ainda, sob a voz de minha própria toga.
 
Recife, em 20 de março de 2005.
MARCELO RUSSELL
Enviado por MARCELO RUSSELL em 17/09/2020
Código do texto: T7065471
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