Carta à...

Com esta, quantas são? Surge a curiosidade. Para quê tantos escritos? Muitas das vezes, fogem-se propensos objetivos. Entretanto, retorno não deixa de ocorrer. Seria imaturidade ou liberdade? Nunca foi respondido, mas, aos significados, efemeridade. E como em circo, disfarça-se ocorrido órfão com vaidosos improvisos. Por'ora, recebe cores de graça quando alguém gosta deste algo que apenas surgiu, sem qualquer pretensão. Ou seria objetivado como disfarce? Tão pouco saberemos, porém, como tudo vivo, segue.

Daqui para algumas horas, estarei esquecida de que fui autora das combinações dessas palavras, pois, a elas, adoto para abandoná-las novamente - "Coisas do ciclo natural das coisas". E para semelhança nossa - digo, sua e minha -, questionarei o que aqui quis ser dito. Mas, como a mim mesma, não passará de uma mísera memória passada, como todo escrito que torna-se refém de futura leitura para, então, em alguma visita, torne-se presente. Enquanto isso, apenas existência avulsa.

Gostaria eu de passar conforto, como belas obras literárias. Entretanto, sou palha na brasa do desejo de sentido. Poderia eu, ao menos, tê-la vestido de alguma temática manjada, mas fico turva de palavras se o retratado não for a dúvida. Por mais que eu pense algo bonito, ele não alterará-se disso, de pensamento. E com sua baixa autoestima, este mesmo pensamento, agarra-se na timidez e rejeita qualquer convite de apresentação, pois sofre de antecipação pela expectativa da expectativa.

Para piorar, sou péssima de carinho também. Tanto é que por mais que sua existência me toque, sou incapaz de reproduzir o ouvido ou visto. Disfarço ser por respeito ao luxo contrário de brilhante sem iluminação, mas, para o ser sincera, tenho resistência à resistência de outros. E o que me resta é ficar nessa corda banda, sem pensamento, sem sentimento, repassando apenas dúvida, refém de algum terceiro que dê sentido nessas migalhas de cartas que deixo para marcar o caminho de alguém que esteve...