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Não consigo dizer mais nada, por isso escrevo. Os dias passaram, as viagens foram intensas, em tons metálicos, como a vontade das pessoas, menos a tua.

Não consigo olhar para mais nada, ainda assim guardo as estrelas para te avisar que me encontrarás numa a olhar por ti, basta que olhes com atenção, para o céu, para as virtudes que tiveram a nossa vida, ainda assim insuficientes para continuar tal como está.

Apenas consigo lembrar-me daquela viagem de combóio em que nos conhecemos, em que as almas penadas abraçavam os carris impedindo a vontade de prosseguir rumo à tranquilidade. Apenas tive de ser acusado de maltratar os colegas até casa pelas ruas sem nome, para me lembrar porque é que tudo se tornou tão confuso. Nunca mais nada foi igual,  apesar de nos termos consumido vezes sem conta, com o fervor do fim dos dias.

Cheguei então ao meu limite, quando fores à caixa do correio e encontrares esta carta já terei partido, deixarei de ter a alma consumida pelos pecados que me fizeram assumir. Adeus meu pedaço de prazer, tenho de defender-te das consequências de alguém te querer fazer mal. A culpa não é tua, nem sei se é minha, mas tenho de ir.
Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 02/10/2021
Código do texto: T7355096
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