Ciúmes de você?

Se você acha que suas ameaças de amores outros ainda me afetam, estás enganado.

Eu nada sinto mais, apenas finjo por pura pena, por culpas passadas

Eu sempre fingia, na verdade

Porque em ti, via a certeza de uma lealdade como único caminho

E assim o amor em mim raiava, uma aurora distante e brilhosa, banhada pela névoa fiel

A neblina se desfez com os sinais que a desconfiança lançava

Logo te estranhei e desconheci

E me desencontrei por ter permitido me perder na ilusão

A partir de então, não me restam mais saudades nem sentimentos

Deixei que tudo se esvaísse com a cólera

Que escreveu meu livramento.

Faço todo o escarcéu, mas é tudo encenação

Para o espetáculo de te irritar,

Apenas para você se sentir desejado,

Apenas para você sentir a culpa que também sinto

E encontrar motivos para afirmar sua frágil superioridade emocional

Para me dizer que meu ciúme é desnecessário

Quando na verdade, quem tem o controle de tudo, sou eu.

Só queria te poupar do sofrimento de me perder

Com minha companhia, que já não pode ser agradável como outrora

É dura, incisiva, de cansaço, difícil, quebra-prazeres

Mas ainda é uma companhia

Até que outro alguém me tenha por completo como você nunca me teve

O máximo que ainda sinto, é uma frouxa carência daquilo que você poderia ter sido

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 17/10/2021
Código do texto: T7365761
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