Carta à criança que um dia fui
Olá Manelito,
Tenho saudades tuas. bem sei que passaste um mau bocado com todos aqueles problemas respiratórios que tinhas, mas, graças a Deus, tudo se foi ultrapassando. Hoje ainda sofro um pouco com tudo isso, mas graças à nossa mãe, que sempre esteve à altura, aprendi a ultrapassar esses problemas.
Ainda passo muitas vezes por aqueles caminhos por onde ias com o pai. Hoje em dia, mais velho, já não tem a mesma força e vontade de caminhar. Ainda assim sorrio a pensar nisso.
Lembro-me, como se tivesse sido ainda hoje, do pão com tulicreme, da querida avó Bárbara. Dos passeios à tia Ana, na sua quinta com animais de toda a espécie.
Meu querido menino, nunca cheguei a ser padeiro, como um dia disseste querer ser. Mas continuo a adorar pão. Claro que o meu preferido é o pão da avó. A doce avózinha vem sempre à memória.
Tudo valeu a pena. Mesmo aquilo que a ti te pareceu mal. Gostava de voltar ao teu tempo, de ser criança novamente. O amor nunca faltou. Talvez por isso cheguei aos dias de hoje com a bênção de filhos lindos, que sempre que posso, como os nossos pais faziam, levo a passear!
Com amor, criança linda!
O teu Manuel