Dedicatória

Essa carta eu dedico para aquela que esteve na primeira fileira. Assistindo. E sorrindo. Enquanto eu girava o flagelo incandescente.

Dedico para aquela que sorriu e comemorou todas as minhas conquistas. Mesmo quando me fiz ausente, dolosamente, para não dar o mesmo reconhecimento.

Para aquela que suportou todas as angústias quieta. Alimentando a esperança. Enquanto o lar se despedaçava.

Para aquela que foi pilar. Enquanto fui oblíquo.

Para aquela que foi onipresente. Eu? Oniausente.

Para você que soube significar amor. Tentou e tenta me e ensinar.

Meu vazio é um vórtice. Que suga todo o seu esforço. E você mesmo assim não desiste.

Quero deixar de resistir ao vazio. E conseguir demonstrar que, por trás de tantas cinzas e tons de sépia, ainda existe coração.

Se eu me for antes de conseguir dizer isso. Fica esse texto. Do maior agradecimento de exemplo que consegui ter. Mesmo que não tenha conseguido retribuir na mesma medida.

As minhas migalhas nunca serão o bastante para o banquete que você merece.