Por um começo indeciso

A cada canto um encontro, inesperado de momentos passageiros que nos faz governar, um estrondo na direção oposta e ainda outro sem resposta.

De cada frase sua uma saída estratégica, um olheiro por detrás do sorriso, um pensamento ligeiro entre o inocente e o réu confesso, tantos desejos, mas também muito medo de se ferir onde não existe culpabilidade. A vida deste poeta que se abre e se fecha, tal como o sino da igreja que toca as doze badaladas, parece-me até uma psicóloga por vigília repentina na consulta com seu paciente, formando uma pesquisa, atenta escuta, espreitando os passos que dou, esquadrinha o licito ou não.

Muitos são os que não vagam poucos os que sabem o valor de se ir à praça, trazidos pelos arranha-céus deste mundo, roçados por um covil de lobos, que na verdade furtam a loucura e desprezam a simonia, num recuo de órgãos cabedais.

Valha-me Deus que nesta noite meu espírito vai-se esfaimando nos desejos, que agora alheios, e de serões reservo o meu perfil nesta desventura.

Hoje me resguardo, na minha própria perdição em meus aposentos abrandando em sobeja por um gemido eternizando este momento...

Mirão da Estrada
Enviado por Mirão da Estrada em 18/11/2007
Código do texto: T741541
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