CARTA PARA ROSA

Nessas idas e vindas da vida sempre estive comigo, nem sempre me vi. Na maioria das vezes não me acolhi, tampouco me permiti.

O tempo, esse senhor que não perdoa, passou depressa demais. Hoje estou no outono desta existência terrena, e o que sou? Um mar infinito de palavras a serem escritas, sonhos a serem realizados, lugares a serem visitados, livros a serem lidos, abraços a serem trocados.

Não desisti de mim. Reencontrei minha essência perdida nas dores que deixei de negligenciar, e passei a sentir, na menina sonhadora que ficou guardada, e que se libertou. Hoje, me acolho com carinho, me olho com afeto, me permito, me aceito e vivencio minha intensidade. Já não tenho pressa, não crio expectativas. Vivo.

E esse viver é repleto de luz. Aquela luz que apaguei ao longo de anos, sem me olhar. Hoje ela brilha, pois é nutrida de tantas emoções, quantas me permito viver, e são muitas. A deusa que habita em mim é parceira da menina que ainda sou, da filha que fui, da mãe que aprendi a ser, da mulher maravilhosa na qual me tornei.

E neste alvorecer de um novo ano eu te dedico, mulher linda, o melhor de mim. Que a cada dia você se torne mais forte, mais sábia, mais plena. Realize seus sonhos, cuide do seu corpo, sua mente, seu espírito. Sorria, chore, cante, caminhe na chuva, leia muitos livros, abrace seus amigos, beba vinho, cante, olhe o mar, sinta o cheiro do vento, da relva, ame com toda essa sua intensidade. Seja, simplesmente, você!