FLOR DE CEREJEIRA

      Ao despertar do dia, sob a luz do sol, debaixo de uma árvore frondosa, ouvindo o canto do rouxinol, escrevo-te essas nostálgicas linhas para dizer-te menina, da saudade que sinto por estar  bem distante de ti. A distância, fez-me recordar de nós dois, ainda crianças, de mãos dadas, admirando à beleza da rosa branca e do beija-flor, que sobrevoava feliz no teu colorido jardim. Evoco o entardecer suave, quando juntinhos, caminhávamos sem destino, inebriados pelo aroma das flores do campo. Relembro-te na janela da casinha branca, no sopé da serra com o teu vestidinho de seda florido, no cabelo um lindo laço de fita, do batom cor de rosa, dos teus  belos olhos verdes e do teu sorriso encantador. Rememoro ainda, a beleza do anoitecer, onde juntos contemplávamos a lua cheia, e fazíamos o nosso pedido inocente de ficarmos juntinhos para sempre. Diante de tantas lembranças, e para amenizar a distância, hoje, escrevo-te esta saudosa cartinha, escrita do fundo da minha alma como prova da minha estima e afeição. Com a certeza da pureza do teu carinho por mim. Minha linda e doce flor de cerejeira. Finalizo essa carinhosa missiva, na certeza de que no futuro próximo, nos reencontraremos, para juntos vivermos o nosso lindo sonho, idealizado na nossa infância, ouvindo o cantar do pássaro-do-amor. Receba o meu singelo e carinhoso abraço. Do teu inesquecível, João.

 

fatima fontenele Lopes

Rascunhos da Alma

No Livro:

UMA CARTA PARA O FUTURO

Off Flip Editora