CARTA AO JB SOBRE RITA PAVONE

Miguel Carqueija

 

O texto abaixo é de uma carta enviada ao Caderno B do extinto Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, da semana de 10 a 15 de agosto de 1991, que provavelmente foi publicada.

 

“Não concordo com os termos usados por Tárik de Souza (“Italiano que não exagera na glicose”, 10/8) ao falar em artistas italianos dos anos 60: “que saudades de Gino Paoli (...), Rita Pavone e outros menos pranteados”. Além do fato de que vários continuam ativos (como Nico Fidenco) é bom lembrar que Rita Pavone continua estrelíssima. Em 1987 voltou ao Brasil com grande sucesso, lançando três álbuns cheios de canções novas (um deles em edição restrita do fã-clube), e continua em grande atividade. Rita não precisa ser ultra-badalada pela mídia que, ao que parece, prefere artistas que se mostram na cama; ela possui a perenidade dos gênios e ramificou a sua carreira pelo cinema, teatro e outras especialidades, tornando-se inclusive compositora e lançadora de artistas. Como disse um amigo, quem gosta de Rita Pavone não compra disco de qualquer artista, pois tem o gosto mais exigente.

Nós, os pavônicos, não somos apenas os fãs de Rita Pavone; somos os seus seguidores. Ela é a nossa heroína e líder, e não precisamos pranteá-la. Todo ano saem discos seus em várias partes do mundo, reprises ou lançamentos, inclusive agora em CD. Ela é uma artista dos anos 90. Para finalizar, esta informação: em 8/11/90 o técnico Falcão, da Seleção, compareceu a um programa da tv italiana especialmente para cumprimentar Rita Pavone."