À SOMBRA DO QUE SOU

Hoje ouvi palavras ocas

E, senhor dos ensaios

No silêncio que pendula caminhei

Mas encontra-se de mim ausente

Idéia absorta, ineficaz

Há fúria incontida no ar

Pois onde a vida é plantada

Que a minha poesia tanto fala

A morte se nutre

Simplesmente se apresenta

Numa estória da própria insensatez

História de humanos entretanto

Porque lá se consomem os desatinos

E o desejo ofega com a sede das bestas

E a máscara da tara cai

Incessante como a luxúria que transborda

E como o teu âmago delirante

Será a fria eternidade

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 26/11/2007
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