QUANDO HÁ UMA PAIXÃO VERDADEIRA

Prólogo

Este é um texto ficcional. Todavia, há um detalhe que julgo ser de bom grado explicar. Toda ficção se baseia na realidade e vice-versa. – (Nota deste Autor).

Trata-se este escrito de uma carta para C. M., com respeito pela jornalista profissional que é, mas sobretudo pela discrição que cultua com esmero e devoção.

EXPLICANDO O TEMA ORA EM QUESTÃO

Fernando, heterônimo de Artur, Eduardo, Henrique, Leandro, Otacílio, Benício, Pedro, Evilásio, Eugênio, Sérgio, Zé Preto e Wilson estava diante de um dilema que seu amigo Eugênio lhe segredou.

De fontes sérias Eugênio soube que sua consorte, em sonhos coloridos, queria tomar uma importante decisão socioafetiva. C. M. desejava se separar do francês Pierre com o qual mantinha um relacionamento sério desde o ano de 2013.

Eugênio estava eufórico e triste ao mesmo tempo. Alegre por saber que sua amada estaria livre para amar e ser feliz novamente. E infeliz por entender que C. M. sofreria com essa separação por ser demasiada amorosa e feminil.

Fernando, solícito e sendo amicíssimo de Eugênio, disse aconselhando:

"Eu soube desse buchicho (Boato ou fofoca). – (Nota deste Autor) sobre a separação da sua querida. Parece que há um global na parada, mas o cara é demasiado namorador e muito instável nos relacionamentos. Não se preocupe. Esse caso não prosperará.". – (SIC).

"Escreva uma carta para ela! Não a encoraje para uma separação tempestiva, mas não esconda sua paixão verdadeira." – (SIC).

A CARTA DE EUGÊNIO

Campina Grande, PB, sábado, 28 de março de 2020.

Querida e amável C. M.:

Você na Inglaterra e eu no Brasil, nos confins de uma cidade interiorana da Paraíba, mas isso não nos afastou um do outro. Trata-se de uma trégua até o desejado reencontro, às margens do bosque encantado, onde há um córrego murmurante que parece nos dizer: “A ausência nada mais é do que uma presença contínua nos relacionamentos imaginários ou reais a distância.”.

Eu sei... É possível aparecerem outras pessoas pelo caminho. O tio Tenório, do Pantanal, e outros fazendeiros cercam-na pela inteligência e beleza feminil estonteante. Já a mim, assediam pelo dinheiro que imaginam ser eu possuidor.

Enfim, cercam-nos as hienas tresloucadas pela nefasta solidão e instabilidades nos seus relacionamentos socioafetivos ou por suas hipossuficiências econômicas.

A vida é assim mesmo, sempre em movimento; trazendo expectativas, responsabilidades, possibilidades, consequências, experiências, surpresas, mágoas, ressentimentos e desilusões.

Mas a nossa forte paixão não se abala tão fácil. E se, apesar da distância, continuamos juntos em pensamentos, é por um motivo muito nobre e simples: Nossa paixão é recíproca e verdadeira. Podemos estar fisicamente distantes, mas perto, em sintonia, um com o outro.

Lembre-se dessa verdade única: Para os que se querem bem, a distância só reforça a certeza de que não existe nada nem ninguém que possa destruir uma paixão verdadeira.

P. S. – Sei que você é discretíssima e não gosta de falar sobre sua vida pessoal... Mas gostaria que me respondesse em inglês, francês ou espanhol para eu praticar um pouco mais esses idiomas fortes pelas suas raízes: É verdade que, depois de sete anos de casada, você está se separando do Antoine?

Não se esqueça do que um dia eu lhe disse sussurrando, em Fernando de Noronha, na praia do Atalaia, sob um sol esplendoroso: “Toda separação é triste. O amor só encontra o seu verdadeiro significado no momento da separação. Pense nisso!”.

Com respeitoso afeto e muita saudade,

Eugênio.

CONCLUSÃO

Observação: Caso a jornalista C. M. responda a missiva do amigo Eugênio... Publicarei essa resposta na íntegra, no Recanto das Letras, para o deleite dos meus notáveis leitores. – (Nota deste Autor).