O que as pessoas não falam sobre a depressão e ansiedade:

Muitas vezes eu deixo a solidão me invadir. Deixo-a fazer moradia, casa e lar. Deixo que ela me domine por inteira e acabo, mesmo quando o silêncio exorbitante em minha mente pedindo para não a deixar tomar controle sobre mim, deixando ela me dominar. As pessoas que amo começam a se tornarem estranhas, e ecos no limbo que a solidão constrói em minha mente, é quase como se, ao adentrar dentro de mim, existissem galáxias de vazio e pó.

Eu tento gritar por ajuda, tento pôr à força tudo que está habitando minha mente, coração e alma para fora. Tento gritar e dizer que há dias em que a solidão torna a dor insuportável. E que existem dias em que tudo que consegue adentrar em mim é dor. Dor por que não consigo deixar as pessoas que amo, me veem completamente. Eu tenho medo do desconhecido, do conhecido e de tudo que pode me dar uma calmaria maior.

Mas, acima de tudo, eu tenho medo da ressonância que a solidão parece ter com o silencio. Sabe o que mais me assusta nesse processo de caos interno? O vazio que minha mente se torna, o vazio que sempre da vazão a lembranças enterradas no âmago do meu ser. Eu tenho medo do que eu enterrei lá. Medo do que possa ressurgir, medo de mim. Eu tento mandar a solidão embora, e, em algumas ocasiões, em que eu estou sorrindo penso que ela realmente se foi, que ela finalmente me abandonou e que eu posso finalmente voltar a ser eu. E só eu.

Eu tenho medo dos dias em que estou sorrindo demais. Esses são os dias mais assustadores para mim, por que a noite, À noite é quando ela retorna e me deixa no chão. Por que aqueles que mais sorriem são os que mais precisam de ajuda? O vazio em minha mente é ensurdecedor e às vezes tudo que eu quero é sentar, chorar e conversar com alguém que não vá me olhar com a pena que eu vejo nos olhos das pessoas.

O barulho do silêncio se tornou perturbador.