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Ao

Ilustríssimo Sr. Wilson Caetano de Jesus Filho

M. D. Presidente da Academia de Letras de Itabuna – ALITA

 

Prezado Senhor:

 

          No dia 12 de agosto do ano que findou, fui convidado pela acadêmica e 1ª. Secretaria, professora Lurdes Bertol, tive a honra de participar no dia 18. 08. 2022, on-line, de uma sessão ordinária na Academia de Letras de Itabuna – ALITA, depois de alijado dessa entidade literária por um tempo quase “infinito”. Confesso-lhe que fiquei alegre só “pinto no lixo” ia voltar pra academia que ajudei fundar e zerar todos os desencontros e começar de alma nova, porém, parodiando Drummond, havia uma “pedra”, “no meio do caminho havia uma pedra”, “uma pedra no meio do caminho...”, não voltei, aliás, mais uma vez impediram-me de voltar com narrativas inverídicas e princípios éticos discutíveis (leia: carta da saudosa Dr.ª Sônia Maron), ao longo desse tempo de cerceamento.

          Há um provérbio popular que um “raio não cai duas vezes no mesmo lugar”, no entanto, para mim, o raio não foi exceção, ele caiu 02 (duas) vezes no mesmo lugar, pois, duas vezes tentei acionar essa instituição literária e o raio caiu no mesmo lugar, ou seja, as portas fecharam-me com argumentos volúveis e desprovidos de seriedade, além de tendencioso. Não tenho intimidade com V. S.ª, conheço-vos an passant do Colégio Pio XII, quando meu neto foi aluno desta escola. Porém, acredito no vosso compromisso e justiça nos desígnios dessa entidade literária que dirige que, chegou à ALITA por mérito próprio não por subserviência e puxa-saquismo.

          Sei que a Portaria 01/2022 que publicou no site da ALITA: “...seja apurada conduta antiética consistente em ofensas injuriosas perpetradas pelo referido acadêmico e dirigidas a diversos membros desta instituição, com possível violação do disposto no art. 19, VI do Estatuto da Academia de Itabuna, observando os princípios do contraditório e da ampla defesa, na forma preceituada pelo art. 12 do referido estatuto, (16/ 09/ 2022)” foi para atender aos reclamos de alguns diretores não um desejo pessoal, segundo informação de um amigo.

          No dia 21 de outubro de 2022, recebi um mandado de notificação da “Comissão de Sindicância Administrativa”, cujo objetivo era fazer a minha autodefesa que felizmente o respondi naquele mesmo dia e, enviei no dia subsequente mais de 20 páginas de documentos comprovando narrativas falsas e maledicentes.

          A ordem dos fatores não altera o produto, por isto, acrescento que no dia 19 de agosto de 2022, respondi aos acadêmicos que me clamavam desculpas públicas da minha “conduta antiética”.

          No dia 26 de dezembro de 2022, solicitei à “Comissão de Sindicância Administrativa” através da vice-presidente da ALITA, a professora Janete Macedo, resultado institucional da sindicância administrativa, ela deu-me o silêncio como resposta. Nunca recebi nenhum resultado dessa famigerada sindicância, somando todos os “entretantos” e “finalmentes” (Odorico Paraguaçu), há 06 meses (12 de agosto, data do convite para assistir sessão ordinária on-line), que estou ansioso para que o problema seja solucionado com justiça.

          No dia 11 de janeiro 2023, enviei para todos os acadêmicos, cópia original duma carta da inesquecível Dr.ª Sônia Maron enviou-me, tratando-me como amigo, respeito e amizade, isto desfez o boato que nós éramos inimigos figadais que eu a tinha xingado numa sessão que defendia que todos deveriam ter suas páginas individuais para publicação de suas produções no site da ALITA.

          O silêncio incomoda. O silêncio destrói a personalidade mais estruturada de um indivíduo, não é à toa que alguém disse: “... Preferimos o barulho das vozes da democracia ao silêncio oprimido das falas escondidas”. Seis meses é tempo demais pra decidir a conduta do mais perigoso “criminoso”. Nas administrações anteriores, presidente Wilson Caetano, deixaram de enviar e-mail (não havia WhatsApp), não havia convite para reuniões, nem ordinária nem extraordinária nem para eventos, quando me queixei “... o problema é na caixa de e-mail, ela deve estar cheia, etc.. etc.” , então, passou ser norma o silêncio, o cerceamento, pouco e pouco, livrar-se de minha presença.

          Em juízo (se for necessário), presidente Wilson Caetano, além dos danos psicológicos, morais, a vitaliciedade terá que ser discutida juridicamente. A academia não é uma propriedade particular, mas uma entidade de ideias, o patrimônio da academia é intelectual, não os móveis nem o prédio, sim, o substrato mental. Não se escolhe o acadêmico pelo seu patrimônio material, escolhe-se o acadêmico pela sua produção literária, científica e musical.

          Uma das alegações dos meus desafetos, é que usei a Internet para manchar a honra de alguns acadêmicos, narrativa sem prova, eu que fui manchado moralmente e intelectualmente com o conto suis generis e ignômio: “O Terrorista Cultural”. Fiz o uso da Internet quando ouvidos moucos não mais me ouviram, fecharam os espaços e as oportunidades de produzir e publicar no site e na revista. Usei a Internet como ferramenta democrática de produção literária. Há 06 (seis meses), novamente, converso com ninguém, contudo, espero ser ouvido e que existo.

          Presidente Wilson Caetano, o objetivo desta carta aberta não é expor a entidade acadêmica, mas explorar a sensibilidade e a honestidade dos diretores acadêmicos e ser ouvido. No dia 19 de abril de 2011, eu estava lá na sala da FICC, com outros idealistas, fundando e discutindo essa entidade literária. Modéstia à parte, sou uma pessoa proba, educada, sem malícia, cidadão itabunense, foram 35 anos como trabalhador em educação, nos principais colégios públicos da cidade: IMEAM e CEI e diretor por 04 (quatro) anos do CEI.

          Não uso o nome nem a imagem da ALITA em meus textos, o escritor declinar o nome de uma entidade literária não acrescenta, todavia, não sei se sou ou não sou, “To be, or not to be, that is the question”, a consciência e os fatos dizem que sou alitano, porém, a irregularidade e os conchavos são mais fortes. No início ainda usei o nome e o símbolo alitanos.

          Eu não me considero um escritor, não obstante ter uma bibliografia razoável. Não me considero um escritor porque não sou profissional, escrevo por diletantismo, nas horas vagas, além de ter dificuldade de escrever, escrevo com transpiração, não com inspiração, concordo com Thomas Mann: "O escritor é um homem que mais do que qualquer outro tem dificuldade para escrever”. Alguns leitores me elogiam, outros não me jogam pedras porque estou distante.

          Presidente Wilson Caetano, estar na hora de encerrar, perdoe-me pela prolixidade, objetivamente, desejo que todo esse imbróglio seja esclarecido, que entre mortos e feridos todos sejam salvos, pois não existe arma mais destrutiva que a PALAVRA usada por mentes maldosas, ela não fere de sangue, mas deixa marcas indeléveis na alma. Fraternalmente, Rilvan Batista de Santana. São Caetano, Itabuna (BA), 27 de janeiro de 2023

 

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Rilvan B. de Santana

 

Nota: a imagem do título é de domínio público (Google)