O que manda o coração

Escrever é o que me resta.

Não posso encher as pessoas com minhas lamúrias, com meus problemas.

Quis chorar, mas no banheiro há fila e não é justo deixar as mulheres apertadas esperando meu pranto cessar.

Sei da urgência de um choro contido, mas também conheço a necessidade de esvaziar a bexiga.

Ando, caminho, olho, escuto mas, em um segundo de distração, o choro reaparece.

Olho para cima, quero evitar. Sento, pego meu caderninho, meus pensamentos, e começo a anotar.

De cabeça baixa, um vaso ao lado, os óculos escondem as lágrimas que rolam.

A mão vai sozinha enquanto a vista é dominada.

Cada palavra escrita, uma vista é pressionada pela lágrima escorrida.

A escrita alivia, encoraja.

Permite a entrega, sem que a ela, reaja.

Quem participa é a mão, a caneta, em forma de oração, rabiscam o papel com o que manda o coração...

04/06/2011

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Dinabinha
Enviado por Dinabinha em 14/03/2023
Código do texto: T7740236
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