Anônimo destinatário

Para um destinatário sem nome

É madrugada.

Sempre é madrugada. A madrugada é como a prece: a elevação do espírito a alguma divindade.

É como se uma vontade divina me fizesse vir aqui... e eu te escrevo.

Tantas coisas teria pra te dizer.

Tantas outras gostaria que ouvisses para depois me dizeres o que seria melhor eu fazer ou não fazer.

Sabes, quando se está só e não há mão que para nós se estenda, a gente não se sente apenas na solidão, mas sim no mais completo abandono.

Quisera ser profeta para saber fazer a promessa certa e ter de novo teu mundo no meu mundo.

Mas como não sou nem sei onde fica o alfa e o ômega dessa trilha, ficam, então, minhas palavras... elas próprias vão desenhando o caminho.

O caminho... onde por ele jamais andaremos de mãos dadas.

Missivista da madrugada

lilu
Enviado por lilu em 14/12/2007
Reeditado em 16/12/2007
Código do texto: T777526