Lembra?

Lembra?

Dos beijos que implorei, e que você, sem nenhum remorso, me negou?

Estes beijos seriam tão doces, que a sensação de não tê-los não me doeria tanto.

Lembra?

Do Eu te Amo, que te disse ao pôr-do-sol, e que você fingiu não ouvir?

Se você os tivesse valorizado, talvez os abraços tivessem sido mais envolventes.

Lembra?

Dos luares que dividi contigo, os quais você fingiu nem notar?

Se você tivesse percebido o carinho com que a Lua nos banhava, teria se deleitado em meus braços, e nossa paixão seria mais ardente.

Lembra?

Das tardes passadas na varanda, olhando pro céu, brincando de Deus?

Naqueles dias, a inocência de nossos olhares, poderia ter mudado o mundo.

E agora?

O que restou?

Lembranças do que não vivemos.

Palavras que não dissemos.

E muito menos, ouvimos.

Cartas rasgadas, presentes jogados fora.

Lágrimas salgadas, e a saudade que não vai embora.

Querer-lhe, e não te ter, ou ter-lhe, e não mais te querer.

Qual dói mais?

Com certeza, a dor que me lacera, é bem maior quando toco naquela ferida incrustada em meu peito, que me diz, que nossa história poderia ter sido bem melhor, se você também tivesse me amado.