CARTA DE UMA CADELINHA DE RUA

Disseram que não tenho chances de alguém me adotar.

Que não sou merecedora de um lar.

Por ser vira-lata pura, ninguém quer amar.

E não tenho uma história trágica para contar.

Sou só uma mocinha, que foi jogada na rua.

Saí sem rumo, e cheguei no terminal de uma Universidade.

Onde achei uma sombra para me abrigar.

Um abrigo se apiedou e me levou para castrar.

Agora, retorno ao Terminal, pois não tenho onde ficar.

Voltarei a me abrigar no Terminal da Universidade.

Comerei os restos que os humanos deixarem.

Beberei água quando a chuva uma poça ofertar.

Não sou grande, não ocupo lugar.

Sou amável e divertida, apesar das maldades, que sofri.

Tenho muita alegria e felicidade para dar.

E venho me despedir, antes de retornar para a triste vida

Sem ter um lar.

E espero que eu e meus outros coleguinhas sem uma bela raça,

um dia tenham uma chance de ser amado por um humano.

Dói muito o meu coração, não ter uma casa para morar.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 04/09/2023
Código do texto: T7877396
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